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Casa.Corpo.Terra.Território

  • Foto do escritor: Karina Copetti
    Karina Copetti
  • 15 de jan.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 28 de mai.


Vídeo-poema que compõem parte do meu Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Psicotraumatologia.

Orientação de Liana Netto e Cecília Laurino.


Casa-Corpo-Terra-Território


Na natureza quando uma coisa começa outra termina. E assim, quando uma termina, outra começa. O passado e o futuro estão juntos no mesmo instante: o agora. A natureza é o presente e a presença. Seu processo é o gerúndio. Mas é o oposto do movimento incessante, é justamente na pausa que se escuta a pulsação das suas partículas.


Assim somos o seu fluxo, cada corpo no seu tempo. A pendular. Desfazendo e remembrando. O corpo a fermentar, em constante estado de decomposição, até voltar a ser chão, mineral, pedra, ossos da terra. Mas escuta: o corpo sempre encontra as frestas.


A água é água por inteira. Lambendo pedra. Furando pedra. Gotícula em câmera lenta que desagua no meio da estrondosa queda. Então escuta, é incontestável o corpo. Sejamos o corpo onírico. O fluxo, sensação, símbolo, sincronicidade, mito. Sejamos a pausa do inacabado, caótico e paradoxal. E o gerúndio do fluxo. Sejamos o que somos apenas nesse instante que acabou de passar.


As vezes abrem-se fretas onde vejo Deus. É uma sensação difusa que passa pela pele como um sopro quente e suave que milimetricamente levanta os pelos. Chamo isso de Deus. Fé na vida. Fé na sabedoria dos corpos. Cada passo que nós damos carrega a sabedoria ancestral de toda a humanidade. O corpo não esquece. Nossa corporalidade faz parte da corporalidade do mundo, estamos intimamente ligados com tudo que tocamos. Assim como o vento e suas partículas que nos tocam.


Nos movemos e somos movidos pelo tempo do mistério. Não é importante a posição, mas a exposição. O corpo entregue a travessia e aberto ao devir da vida. A tocar o viço, o visco, o muco, o sangue, a seiva, a terra. O gesto da mão a agarrar a vida e nos alargar os sentidos. A saber que não somos a teia, mas somos um fio. A potência está na gentileza do sussurrar dos ossos e a selvageria está também no miolo de uma flor.



 
 
 

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